Maria do Carmo Sousa nasceu em Cinfães, distrito de Viseu, no seio de uma família numerosa e que se dedicava à agricultura. “O meu pai tinha uma quinta, por isso todos nós tivemos de trabalhar no cultivo agrícola, pois era de lá que retirávamos os produtos que eram a base da nossa alimentação diária”, diz Maria do Carmo. Realidade que se manteve até aos 30 anos. Frequentou a escola, mas embora gostasse de aprender e estudasse afincadamente, não tinha boas notas e só concluiu o 6º ano. Desistiu da escola aos 15 anos e passou a dedicar-se exclusivamente à agricultura.
Conforme o tempo ia passando, os irmãos iam saindo de casa, uns porque casavam, outros porque encontravam trabalho e ela foi ficando em casa dos pais. Durante este período a mãe adoeceu e foi-lhe diagnosticado Alzheimer. Sendo ela a única filha que ficou, e era solteira, coube-lhe a responsabilidade de tomar conta da doente. Nesta altura, assumiu perante o pai, a sua preferência sexual por mulheres. O pai não aceitou e expulsou-a de casa.
Maria do Carmo viu-se sozinha no Porto e desamparada. É nesta cidade que conhece a sua companheira Rita. Ambas passaram bastantes dificuldades, no entanto tudo se alterou com a ajuda de uma assistente social. Fez formações que lhe permitiram obter o 12º ano. “Quando concluí fui fazer um estágio na Associação Cais. Conheci pessoas fantásticas e acabei por ficar a fazer trabalho de voluntariado. Depois comecei a trabalhar na CAIS Recicla, onde estive durante um ano”, conta. Tudo mudou para melhor na sua vida. Por isso, deixa a seguinte mensagem para todos os que se encontram num momento difícil da sua vida: “As pessoas têm de acreditar nos outros e dar sempre um sorriso”.
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