O Bootcamp arrancou em Lisboa e no Porto durante o mês de maio. O objetivo deste projeto, financiado pelo Prémio BPI “la Caixa” Solidário 2019, é capacitar as pessoas em risco de exclusão social e/ou desemprego, com competências pessoais, sociais e técnico-profissionais que facilitem a sua integração no mercado de trabalho.
Um dos componentes essenciais neste projeto é a participação de mentores voluntários.
Estivemos à conversa com dois destes mentores: Carla Sousa e Everardo de Carvalho.
Deixamos abaixo os seus testemunhos:
Carla Sousa
“As questões sociais, comportamentais e apoio a quem mais necessita, sempre fizeram parte da minha forma de estar na vida e, em 2017, decidi materializar essa minha vontade. Inscrevi-me na Câmara Municipal de Lisboa, como voluntária, com o intuito de apoiar “os sem-abrigo”. No ato da minha inscrição e numa fase de entrevista, informaram-me que através da CML o meu desejo não poderia ser concretizado; sugeriram que entrasse em contato com algumas associações que pudessem realizar atividades com as quais eu poderia identificar-me. Acatei a sugestão e fui pesquisar na internet. Das muitas associações que pude visualizar, uma que se destacou foi a CAIS. Atualizei o meu curriculum e enviei, sem grandes espectativas pois existe necessidade de voluntariado, mas ao mesmo tempo, é difícil conciliar a disponibilidade pessoal com as necessidades das associações. Dias depois, poucos, fui contatada. Não cabia em mim de felicidade por ter tido uma resposta rápida e que fosse ao encontro dos meus objetivos. Fui a uma entrevista, posteriormente a uma formação e comecei a acompanhar um coach e, foi assim que me tornei mentora.
Em todos os momentos da vida, principalmente nos momentos difíceis, tais como perda de capacidade financeira, perda de entes queridos, entre outros, as pessoas necessitam de apoio. Nesses momentos e na grande maioria das vezes, as pessoas ficam “perdidas”, sem saber o que pensar e o que fazer. Cabe ao mentor essa tarefa, ajudar a criar consciência, ajudar a estimular a autoestima, ajudar a pessoa a reorganizar-se, a marcar objetivos, ajudar a criar autonomia, ajudar a pessoa a manter-se tranquila, com discernimento necessário para elaborar um plano para a sua vida.
A tarefa principal do mentor é ajudar, pois a decisão é única e exclusivamente do formando. No final da mentoria, o formando deverá conseguir um emprego de acordo com os seus valores, onde possa aplicar os seus conhecimentos e/ou talento, onde se sinta realizado. O emprego alcançado deverá satisfazer as suas necessidades, bem como as da sua família e, consequentemente, da sociedade. Alcançar a felicidade e bem-estar, a nível pessoal é a meta. Os benefícios, são bilaterais. Um formando feliz e realizado, também “transforma” o voluntário. A felicidade do voluntário é observar que o formando está feliz, realizado e consegue caminhar em direção ao sucesso.”
Everardo de Carvalho
“Tornei-me mentor motivado pelo desejo de partilhar os saberes e emoções do caminhar pela Vida. (…) Sinto que tenho muito a aprender com estas trocas que as mentorias oferecem. As pessoas necessitam de um mentor porque qualquer caminhada se torna mais suave e prazerosa se temos com quem compartilhar esta vivência. Saber que não estou só, que conto com alguém com experiência distinta da minha, mas comprometido com as minhas metas no âmbito de uma instituição, a CAIS, ponto de partida e farol o papel do mentor é de ponte e mapa. Os benefícios são mútuos: como meta final nossa emancipação advinda da recuperação de nossos papéis como sujeitos de nossa própria história de vida.”
Torne-se nosso voluntário e mentor em https://www.cais.pt/voluntarios/
A ASSOCIAÇÃO CAIS PRECISA DE SI!