Luís Santos nasceu há 25 anos, na antiga freguesia de São Sebastião da Pedreira, em Lisboa, mas passou a sua infância em Marvila, onde vive atualmente. Esta zona é caracterizada como sendo um território de contradições, pelos conflitos económicos e sociais e pela diversidade cultural. “Quando era mais novo passava os dias na rua a fazer brincadeiras com os amigos. Corríamos, jogávamos à apanhada e à bola. Coisas típicas de quem vive num bairro”, recorda Luís.
Mas nem tudo era bom. “Crescer em Marvila foi um teste”, diz. “A probabilidade de se seguir um caminho menos bom é grande. Todos os dias somos obrigados a fazer escolhas”, acrescenta. Luís arrepende-se de ter abandonado a escola, “Estudei até ao quinto ano. Esta decisão foi o resultado de más influências”, salienta. Hoje preocupa-se em encontrar um emprego, coisa que está difícil nos dias que correm. Um primo aconselhou-o a dirigir-se à Associação CAIS. Aceitou o conselho, mas não sabia ao que ia. Ficou muito surpreso, “Foram todos extremamente simpáticos comigo”, diz Luís Santos. “Aprendi coisas novas sobre o mercado de trabalho. As pessoas que me deram formação têm muitos conhecimentos práticos. São excelentes”, conta. Terminou a formação e foi fazer um estágio no Pingo Doce. A sua passagem pelo Pingo Doce durou sete meses. “A primeira coisa que quero fazer, quando tiver estabilidade em termos de emprego, é sair da casa dos meus pais e ter uma casa minha. Quero ter um carro e organizar a minha vida. Não sou uma pessoa de sonhos, sou uma pessoa que vive com os pés assentes na terra”, salienta.
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