José Carapinha natural de Montemor-o-Novo, distrito de Évora, mudou-se para Lisboa aos 4 anos com a sua mãe. A mãe decidiu fugir ao trabalho duro do campo.
José partilha como foi quando chegou a Lisboa: “Quando vim para Lisboa fiquei a morar na casa da minha tia. Para ter dinheiro para comer, ajudava-a na venda e distribuição de jornais. Foi assim que cresci”, conta. Andou na escola até à antiga 4ª classe. Com 15 anos apenas começou a trabalhar como metalúrgico, de 2ª feira a sábado. Aos domingos, para ganhar mais algum dinheiro, era fotógrafo em casamentos e batizados. Trabalhou toda a sua vida como metalúrgico, atividade árdua e desgastante.
Aos 55 anos teve de se reformar por invalidez. José nunca casou e vive sozinho. A sua vida foi sempre casa-trabalho. Como o dinheiro da reforma não dava para tudo, começou por procurar ajuda em instituições de apoio social. “Eu ia comer todos os dias a um espaço que me dava comida.” Nesse trajeto diário, que fazia de comboio, via as instalações da CAIS. Um dia, o ambiente do espaço onde comia deixou de ser tão acolhedor como antes, a seu ver. Decidiu ir à Associação CAIS, que o recebeu de braços abertos.
Há já 11 anos que é utente desta associação. “Costumo ir à CAIS duas vezes por semana. Faço formação, apesar de ter dificuldades em memorizar o que me ensinam. No entanto, eu vou lá é por causa do convívio. Gosto de falar com as pessoas. Sou sempre bem recebido e trago sempre qualquer coisa para comer”, diz José Carapinha. Para o futuro José só quer ter saúde!
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